sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mãe Terra

Material: Um recipiente cheio de terra fértil e úmida da horta.

Tijolo Meditativo 1: Alguns cantos próprios para meditar. O canto permite que seja criado um clima propício para meditação individual e coletiva. Outra forma de conse-guir um clima adequado é por meio de música suave de fundo.

Tijolo Meditativo 2: “Quando o Deus Eterno fez o céu e a terra, não haviam brotado nem capim nem plantas, pois o Eterno ainda não tinha mandado chuvas, e não havia ninguém para cultivar a ADAMAH. Mas da ADAMAH saía uma corrente de água que regava o chão. Então, do pó da ADAMAH, o Deus Eterno formou o ADAM. Ele soprou no seu nariz uma respiração de vida, e assim esse ser se tornou um ser vivo” (Gênesis 2.4b-7).
ADAMAH = Terra; ADAM = Criatura da Terra (ser humano). O parentesco não é apenas fonético. Ambos têm a mesma origem. O mesmo DNA. São a mesma coisa. A terra e o ser humano: sangue do mesmo sangue; vida da mesma vida.

Canto: CIO DA TERRA (Milton Nascimento e Chico Buarque)

Tijolo Meditativo 3: (Dinâmica: Preparar um ou mais recipientes com terra. Deixar passar entre os participantes. Cada um enche a mão de terra. Cantar durante a passa-gem da bacia.)
Sinta a terra que está em suas mãos. Deixe que ela fale a você. Medite sobre esta proximidade entre você e a terra. Gente da cidade tem tão pouco contato com a terra. E, quando tem, há um relacionamento traumático. Vamos tornar este rela-cionamento em algo afetuoso, pedagógico, místico. Acaricie a terra. Sinta-a em suas mãos com alegria, respeito, admiração, reverência.
Quem quer compartilhar o que está sentindo?

Tijolo Meditativo 4: (Pensamentos meditativos do dirigente, com dicas abaixo)
ADAMAH = Terra. Sem terra não há vida. Ela é a própria fertilidade: esta mis-tura de minúsculas partículas de rochas e sais minerais, embevecida de água e restos orgânicos de animais e plantas. Parece morta, mas tem vida. Muita vida! E vida que, como um ventre materno generoso e incansável, gera nova vida inin-terruptamente; já há milhões de anos. É a ADAMAH – e não o ADAM – a maior força co-criadora de Deus na Criação. A ADAMAH é o próprio lado materno do Deus da Vida. Ela é seu útero, fértil e inesgotável. A terra é o útero de Deus. Por isso, a ADAMAH é, ela mesma, um ser vivo. O nosso planeta é um imenso ser vivo e no nosso único e intransferível habitat. Fora dele, não há chance de so-brevivência para nós.
A ADAMAH é o ADAM em estado bruto; o ser humano em estado primitivo; é a sua matéria-prima. É formado dela. Saiu do seu ventre para a vida. O ADAM, portanto, não está acima, além ou fora da ADAMAH. Ele é uma extensão dela. Ele é ela própria.
A relação do ADAM com a ADAMAH, por isso, deveria ser filial. Não há rela-ção mais estreita do que aquela entre a mãe e o bebê (na gravidez, no parto, na amamentação, no aconchego do colo). Na Criação de Deus, o ADAM é o bebê. A ADAMAH é a mãe, generosa e inesgotável, da qual depende a existência e a própria sobrevivência do bebê.
Mas ADAM abandonou sua relação filial com ADAMAH. Transformou-a numa relação predatória, mercantilista. O ser humano tornou-se inimigo da terra, con-denando-a à morte. Lentamente, vai tirando dela a fertilidade, a vida, a condição de ventre inesgotável da Criação, tornando-a em deserto. O útero virou boca de mina... e o próprio filho estupra a mãe. Essa relação incestuosa mata a mãe e in-viabiliza a sobrevivência do filho.
É possível voltar atrás? Somente enquanto redescobrirmos – neste punhado de terra em nossas mãos e na terra toda – a nossa relação filial com a ADAMAH. Somente enquanto enxergarmos na terra o lado materno do Criador. E princi-palmente, somente enquanto esta relação filial, mística com a ADAMAH, nos levar ao protesto diante das situações que transformam o útero do Criador em boca de mina; e enquanto o nosso testemunho constante levar outros a descobri-rem a ADAMAH como verdadeira essência do ADAM.
Sem tal conversão radical na maneira de enxergarmos o nosso planeta, não se-remos capazes de romper de modo eficaz a relação mercantilista que a humani-dade mantém com ele.

Tijolo Meditativo 5: Oração e cantos.

(Reflexão sobre responsabilidade ambiental, usada pela primeira vez no Acampamento Regional da Juventude Evangélica da extinta RE 2 da IECLB, em 1990)

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